terça-feira, 28 de maio de 2013

27/06/12 – De Mateiros até o Rio Novo (46 km)

Perdi a hora! Queria acordar às 05:00, mas cometi o clássico erro do despertador. Ao invés de colocá-lo para despertar às 05:00 a.m., coloquei para as 05:00 p.m.! Mas o atraso não foi tão grande, acordei às 06:00. Arrumei tudo o mais rápido possível, tomei café e consegui sair às 06:50.

Na estrada, um tucano passou voando baixo. Era pequeno, mas foi uma imagem muito bonita.



A pedalada ia rendendo bem e por volta de 09:30 cheguei à entrada para a trilha da Serra do Espírito Santo. Como ainda era cedo resolvi subir. Acorrentei a bike à placa no pé da serra e comecei a subida. Uma subida íngreme, um pouco cansativa. Mas mesmo antes de alcançar o topo tive a certeza de que valeria a pena. A vista era linda e o vento refrescava, amenizando o calor, que é uma constante por aqui. Além disso, é relaxante ouvir o som do vento balançando as copas das árvores que se espalham pelo topo da serra.

Lá em cima, tudo plano. Uma placa indica a trilha para o mirante (3 km), de onde se pode ver, ao longe, as dunas.

Antes do mirante há um ponto de onde se tem uma bela vista do resto da serra e da estrada, lá embaixo.



O mirante fica numa parte da serra onde a erosão já está em estágio avançado. A visão é de um imenso barranco e, ao fundo, as dunas. Venta muito!





Apesar de ter encontrado um casal na trilha, em geral não vejo muitos turistas por aqui. Os pontos turísticos têm sido como locais particulares para mim. Eu e a natureza. Uma sensação incrivelmente boa.

A estrada que dá acesso à trilha para a serra é de pura areia, assim como toda estrada que sai da estrada principal. E isso geralmente é sinônimo de empurrar a bike. Algumas vezes até é possível pedalar, mas não por muito tempo. Logo surge uma parte mais crítica, impedalável. Mesmo na estrada principal há partes muito ruins, alguns atoleiros de areia. Muitas vezes é preciso dar uma empurradinha, de uns 5, 10 metros, até que surja outro atoleiro... E assim vai.

De volta à estrada, segui mais uns 8 km e cheguei ao acesso às dunas. Ali existe um posto do Naturantins, que é um órgão ambiental do estado (pelo que me disseram), e um bar, onde pude tomar um refrigerante gelado e deixar a bike, já que o caminho às dunas era de muita areia.

O caminho era longo, 5 km de estrada de areia que eu tive que percorrer a pé. Eram 14:30 quando comecei minha caminhada. Depois de quase uma hora e meia consegui chegar. Percebi que seria difícil chegar até o Rio Novo (onde pretendia dormir) ainda com sol. Mas decidi não me preocupar. O caminho até as dunas havia sido penoso e eu tinha que aproveitar o lugar. Bem no alto das dunas encontrei uma sombra onde pude sentar para descansar e comer alguma coisa.





Depois de apreciar o lugar e tirar muitas fotos, tomei o caminho de volta. Apertei o passo o máximo que pude. No bar, tomei mais um refrigerante gelado e comprei uma garrafa d’água de 2 litros. A minha havia rachado quando ainda estava na serra.

Saí do bar com o sol já se pondo. Precisava percorrer os 13 km até o Rio Novo o mais rápido possível. Mas a estrada não estava disposta a colaborar. Muitos atoleiros de areia. Não dava para acelerar. Logo a noite veio. Liguei a lanterna e segui.

Por volta de 19:30 avistei uma placa indicando a presença de um posto da ADAPEC. Imediatamente me lembrei de Célio e Gilneto, e da hospitalidade com que me receberam no Rio Sono. Decidi pedir guarida por lá. Os fiscais de lá me receberam e foram tão hospitaleiros quanto meus amigos do Rio Sono. Mas eles estavam muito mais bem instalados que Célio e Gilneto. Tinham energia elétrica, banheiro, geladeira, TV com antena parabólica...

Montei a barraca, tomei banho e fiz um macarrão no fogão deles. Fiz um suco também, e jantei assistindo o Jornal Nacional com eles. Depois de lavar a panela, escovei os dentes e pedi licença. Estava morto, precisava descansar.

Nenhum comentário: