Os primeiros 8 km foram de muita areia. Passei pelo Povoado do Prata e, alguns quilômetros depois, vi uma placa indicando a entrada para a Cachoeira do Prata. Parei, pensei, pensei... Alguma coisa me dizia para ir. E fui.
Logo no começo, muita areia. Pensei em desistir, mas resolvi ir um pouco adiante a pé para ver se a estrada melhorava. Parecia que ia melhorar. Segui. A estrada alternava pedaços ruins e outros muito ruins. Fui seguindo sempre na esperança de que iria melhorar. Quando cheguei à metade dos 10 km já não valia a pena voltar.
De repente surge uma vereda com um riacho. Tentei atravessar pedalando, mas não deu muito certo. Molhei os alforjes. Mas a essa altura do campeonato o que viesse era lucro.
Mais alguns quilômetros e me deparei com um trevo. Para um lado a Cachoeira do Prata, para o outro lado o caminho para uma divisa quádrupla: PI / TO / MA / BA.
Mais areia. Muitas vezes era obrigado a empurrar por alguns metros, mas a estrada já era melhor.
Avistei outra vereda, a cachoeira parecia estar próxima. Um grupo de araras azuis vieram me dar as boas vindas, voando sobre mim e fazendo muito barulho. Parecia coisa de filme. Foi incrível. Elas sobrevoaram sobre mim durante um bom tempo. Logo comecei a ouvir a cachoeira.
Um lugar escondido, lindo, que parecia ser só meu. A cachoeira era pequena, mas o mais bonito era o riacho acima da queda. Vinha correndo no meio de uma vereda. Uma água cristalina e muito gostosa. Almocei por lá, depois de dar um bom mergulho. De sobremesa, algumas limas que o Seu Paulinho havia me dado. Foi tudo muito bom, mas não podia ficar muito tempo porque ainda teria muito chão pela frente até o Camping do Vicente. Sem falar em toda aquela areia na volta até a estrada principal.
O que era para ser 44 km acabou se transformando em 76, por causa dessa escapada até a Cachoeira do Prata. Mas valeu muito a pena! O preço foi chegar ao camping já ao cair da noite. E descobri da pior forma possível que minha lanterna solar tinha estragado.
Cheguei, montei a barraca e fui tomar um banho. Um pessoal de Palmas, que estava por lá, me ofereceu uma galinhada que tinham feito. Não estava em condições de recusar. Aliás, estava ótima! Comi e fui dormir, estava morto.
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