terça-feira, 28 de maio de 2013

29/06/12 – Da Pousada Rio Novo até a Fazenda Triago (52 km)

No fim das contas essa parada na Pousada Rio Novo foi muito boa. Consegui descansar e repor as energias. Combinei com Seu Antônio um carreto até a estrada principal. Percorrer aqueles 9 km de areia não estava nos meus planos. Marcamos a saída às 06:00.

Acordei às 05:00 e comecei a por tudo em ordem. Às 06:20, mais ou menos, saímos de lá. Ele me deixou no trevo, na estrada principal. Fui na caçamba da caminhonete com a bike e a bagagem. Pensei que ele nem fosse me cobrar o carreto, mas, de todo jeito, perguntei: “Quanto lhe devo Seu Antônio (tinha bebido 2 refrigerantes, alugado uma boia e um colete e passado a noite acampado)?”. Ele respondeu: “R$ 65,00 tá bom?”. Confesso que no primeiro momento achei que ele estivesse brincando. Achei caro, mas é uma situação em que não dá pra fazer outra coisa senão concordar. Disse: “Tudo bem”. É bom pra eu aprender a combinar os preços antes. Mas, afinal, o cara madrugou pra me levar lá. Tudo bem.

Como a noite tinha sido boa, bem dormida, estava bem disposto. E a estrada até que resolveu colaborar também, melhorou sensivelmente. Houve momentos em que eu até pude usar a coroa grande, que já nem lembrava que tinha. Rs.


Num determinado momento apareceram muitas pedras pelo caminho. Mas nem achei muito ruim. Qualquer coisa era melhor que aquela areia!

Alguns carros passaram por mim, até que resolvi dar sinal para um deles parar. Perguntei se iam dormir em alguma cidade. Disseram que sim, em Mateiros. Pedi, então, um favor. Que ligassem a cobrar para minha casa e avisassem que estava tudo bem comigo. Já fazia 2 dias que eu não conseguia ligar.

Pouco depois disso meu pneu traseiro furou. Nem sombra havia para ajudar. Troquei ali mesmo, sob a pouca sombra que a própria bike projetava.

Mais à frente avistei uma torre que imaginei pudesse ser de celular, mas nada de sinal.

O sol já estava forte quando alcancei o trevo que dá acesso à Fazenda Triago. A expectativa era que a estrada estivesse ruim, mas, muito pelo contrário, estava muito boa. 20 km depois cheguei à fazenda. Muito interessante! Uma grande estrutura no meio do nada, praticamente abandonada.

Fui muito bem recebido pelo Guilherme e pela Valdilene, que moram por lá e tomam conta do lugar. Me deixaram acampar lá, numa estrutura com luz, água, banheiro...

A história é a seguinte. A fazenda pertencia ao traficante colombiano Pablo Escobar. Com a morte do traficante o lugar foi parar nas mãos do governo, que, durante um período, transformou a antiga fazenda em uma pousada. Mas com a mudança de governo a pousada foi desativada e a estrutura ficou lá às moscas. Dá dó de ver. Alas inteiras com suítes, restaurante... Um lugar curioso e agradável. De acordo com o Guilherme, o governo atual vem fazendo um levantamento de tudo por lá para tentar reativar a pousada.

Quando cheguei por lá já passava das 14:00. Com a permissão do Guilherme, comecei a descarregar a bagagem, com a intenção de deixar as coisas por ali e ir com a bike descarregada até a cachoeira e a prainha, a 9 km dali. Mas o Guilherme disse que estava indo para lá de moto e me ofereceu uma carona. Não pude recusar. No caminho, uma parada num alto de morro para pegar sinal da VIVO e dar notícias em casa.

A cachoeira é linda! Tirei algumas fotos e descemos até a prainha. Mais linda ainda! Quando bati os olhos nela não tive dúvida, teria que ficar mais um dia por ali para aproveitar.





Encontramos um grupo de turistas por lá. Conversamos um pouco, dei um mergulho e voltamos.

Na volta encontramos uma caminhonete indo para a cachoeira. O Guilherme deu sinal e eles pararam. Ele sempre dá recomendações aos turistas e avisa sobre a proibição de se acampar na prainha. Mas quando a caminhonete passou, logo coloquei meu Ecohead (uma espécie de lenço que serve de bandana) na cara, por causa da poeira. Já era um hábito, quase um reflexo, fazer isso. Quando desci da moto com o Ecohead na cara e me virei em direção à caminhonete o motorista se assustou e arrancou com pressa. Sem me dar conta do motivo daquela reação, perguntei ao Guilherme: “Uai, o que aconteceu?”. Quando ele olhou pra mim começou a rir. Entendi tudo. Ficaram achando que éramos assaltantes, coitados. Rimos durante o resto do caminho de volta para a fazenda.

Na fazenda, Guilherme e Valdilene me ofereceram banho e jantar. Aliás, acho que foi a melhor comida até agora. Muito boa mesmo. Arroz, feijão, carne com molho, e farinha de mandioca.

Depois do jantar bateu aquele sono! Hora de desmaiar.

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