06:00, 06:30... É mais ou menos nessa hora que o povo começa a acordar nos albergues, e fazer barulho. Aí não tem jeito, tem que levantar também.
O "hospitaleiro" tinha me colocado pra dormir numa beliche que tava grudada, lado a lado mesmo, com outra que tinha um gringo. Só que tinham várias camas vazias do outro lado. Fala sério, não saí de casa pra dormir praticamente de casal com um gringo! Peguei meu saco de dormir e pulei pra uma cama vazia. Já de manhã, arrumei as coisas e fui caçar o desayuno. O albergue era público e não cobrava nada. As pessoas deixavam uma contribuição, um donativo. Eu estava pensando em deixar uns 3 euros. Mas depois da presepada do "hospitaleiro" na noite anterior decidi não deixar m#$%@ nenhuma. Peguei minhas coisas e vazei. Fiz meu desayuno, comprei o tradicional bocadillo pra comer mais tarde no almoço e tomei meu rumo.
O Caminho às vezes parece uma brincadeira de caça ao tesouro. A gente vai seguindo as "flechas amarillas" e toda vez que surge uma dúvida sobre pra onde ir é só procurar com calma que lá estão elas. Acho que a principal diferença é que no Caminho o tesouro não está no fim, e sim no durante.
Depois de ter ficado quase 8 horas em cima da Poderosa (e 11 no total, contando as paradas) no dia anterior, meu alento era que hoje o percurso seria menos puxado. A previsão era de 45 km, mais ou menos.
O trecho não foi difícil, e teria sido até bem tranquilo não fosse a indesejável companhia da tendinite. Não havia grandes subidas e a expectativa era de chegar cedo a Belorado. Fui.
Conheci várias pessoas hoje. Gente da Alemanha, Polônia, EUA, Espanha, Suíça, França... E por aí vai. Encontrei mais um brasileiro, ou meio brasileiro. Emílio. Nascido na Espanha mas criado no Brasil, em Porto Alegre. Diminui o ritmo e fomos conversando por algum tempo. Muito simpático, ele me contou que já tinha feito o Caminho uma vez e estava fazendo de novo. Disse que a subida do Cebreiro, como eu já tinha ouvido dizer, é realmente muito dura. Depois de uns minutos de papo me despedi e segui.
Pouco depois cheguei a Santo Domingo de La Calzada. E para minha surpresa estava tendo uma espécie de feirinha na praça, com direito a música e tudo mais. Parei um pouquinho, comi um doce muito bom com um copo de refri e segui novamente.
O caminho até Belorado foi bem agradável, passava quase sempre no meio de grandes plantações de uva e de trigo. A uma certa altura encontrei uma moça que ia a cavalo. A primeira pessoa que tinha visto a cavalo até agora. Fomos nos encontrando ao longo do caminho. Ora ela me ultrapassava (porque por vezes era obrigado a parar pra tirar uma foto da paisagem, ou esticar as pernas) ora eu a ultrapassava. Até que uma hora resolvi puxar assunto. Ela me disse que era da Suíça e que tinha saído de lá! Não acreditei! Disse ainda que tinha começado o Caminho havia 2 meses! Fiquei besta! Que raça! 2 meses a cavalo desde a Suíça. Sensacional! Tiro o chapéu pra ela. Mara era seu nome.
Já estava contando os kms para chegar a Belorado quando passei por um pequeno pueblo e resolvi, ao avistar um quiosque de sorvetes, parar pra chupar um picolé. A espanhola, dona do quiosque, era uma simpatia. Conversamos durante um bom tempo e ela me disse que era de Madrid, e me ensinou os dias da semana em espanhol, quando disse a ela que ainda não tinha aprendido direito. Agora sei! Lunes, martes, miércoles, jueves, viernes, sábado y domingo! "Vale!"
Segui adiante. E de tempos em tempos mais peregrinos pelo caminho. Passava por eles sempre desejando: Buen camino! e recebendo em troca os mesmos votos.
Enfim, Belorado. Antes mesmo de entrar na cidade um albergue já se apresentava pela frente, e como já tinha ouvido falar dele e a senhora do sorvete também o havia mencionado, resolvi ficar por ali mesmo. Até porque a tendinite parecia não querer mais que eu seguisse em frente. Cheguei por volta das 16:00. Banho na Poderosa, lubrificação, banho pra mim também (bem caliente!), jantar, post e... E agora vou ver se consigo assistir pelo menos o segundo tempo do jogo de Camarões.
O "hospitaleiro" tinha me colocado pra dormir numa beliche que tava grudada, lado a lado mesmo, com outra que tinha um gringo. Só que tinham várias camas vazias do outro lado. Fala sério, não saí de casa pra dormir praticamente de casal com um gringo! Peguei meu saco de dormir e pulei pra uma cama vazia. Já de manhã, arrumei as coisas e fui caçar o desayuno. O albergue era público e não cobrava nada. As pessoas deixavam uma contribuição, um donativo. Eu estava pensando em deixar uns 3 euros. Mas depois da presepada do "hospitaleiro" na noite anterior decidi não deixar m#$%@ nenhuma. Peguei minhas coisas e vazei. Fiz meu desayuno, comprei o tradicional bocadillo pra comer mais tarde no almoço e tomei meu rumo.
O Caminho às vezes parece uma brincadeira de caça ao tesouro. A gente vai seguindo as "flechas amarillas" e toda vez que surge uma dúvida sobre pra onde ir é só procurar com calma que lá estão elas. Acho que a principal diferença é que no Caminho o tesouro não está no fim, e sim no durante.
Depois de ter ficado quase 8 horas em cima da Poderosa (e 11 no total, contando as paradas) no dia anterior, meu alento era que hoje o percurso seria menos puxado. A previsão era de 45 km, mais ou menos.
O trecho não foi difícil, e teria sido até bem tranquilo não fosse a indesejável companhia da tendinite. Não havia grandes subidas e a expectativa era de chegar cedo a Belorado. Fui.
Conheci várias pessoas hoje. Gente da Alemanha, Polônia, EUA, Espanha, Suíça, França... E por aí vai. Encontrei mais um brasileiro, ou meio brasileiro. Emílio. Nascido na Espanha mas criado no Brasil, em Porto Alegre. Diminui o ritmo e fomos conversando por algum tempo. Muito simpático, ele me contou que já tinha feito o Caminho uma vez e estava fazendo de novo. Disse que a subida do Cebreiro, como eu já tinha ouvido dizer, é realmente muito dura. Depois de uns minutos de papo me despedi e segui.
Pouco depois cheguei a Santo Domingo de La Calzada. E para minha surpresa estava tendo uma espécie de feirinha na praça, com direito a música e tudo mais. Parei um pouquinho, comi um doce muito bom com um copo de refri e segui novamente.
O caminho até Belorado foi bem agradável, passava quase sempre no meio de grandes plantações de uva e de trigo. A uma certa altura encontrei uma moça que ia a cavalo. A primeira pessoa que tinha visto a cavalo até agora. Fomos nos encontrando ao longo do caminho. Ora ela me ultrapassava (porque por vezes era obrigado a parar pra tirar uma foto da paisagem, ou esticar as pernas) ora eu a ultrapassava. Até que uma hora resolvi puxar assunto. Ela me disse que era da Suíça e que tinha saído de lá! Não acreditei! Disse ainda que tinha começado o Caminho havia 2 meses! Fiquei besta! Que raça! 2 meses a cavalo desde a Suíça. Sensacional! Tiro o chapéu pra ela. Mara era seu nome.
Já estava contando os kms para chegar a Belorado quando passei por um pequeno pueblo e resolvi, ao avistar um quiosque de sorvetes, parar pra chupar um picolé. A espanhola, dona do quiosque, era uma simpatia. Conversamos durante um bom tempo e ela me disse que era de Madrid, e me ensinou os dias da semana em espanhol, quando disse a ela que ainda não tinha aprendido direito. Agora sei! Lunes, martes, miércoles, jueves, viernes, sábado y domingo! "Vale!"
Segui adiante. E de tempos em tempos mais peregrinos pelo caminho. Passava por eles sempre desejando: Buen camino! e recebendo em troca os mesmos votos.
Enfim, Belorado. Antes mesmo de entrar na cidade um albergue já se apresentava pela frente, e como já tinha ouvido falar dele e a senhora do sorvete também o havia mencionado, resolvi ficar por ali mesmo. Até porque a tendinite parecia não querer mais que eu seguisse em frente. Cheguei por volta das 16:00. Banho na Poderosa, lubrificação, banho pra mim também (bem caliente!), jantar, post e... E agora vou ver se consigo assistir pelo menos o segundo tempo do jogo de Camarões.
7 comentários:
Dê notícias dessa sua tendinite aí! Se levou antiinflamatório, tome!
Estou doida pra ver as fotos!!!
beijãaao!!!
Ahh, fale mais sobre as fotos que coloca!
Tá mandando bem demais com a máquina da Luluf!
beijo!!!!
:)
A tendinite tá melhorando, Rê. Valeu!
Bj!
para de tomar sorvete e come angu!!!
também quero saber mais sobre as lindas fotos e sobre esse povo que vc tá conhecendo...
bisous!!!
Que fotos MA-RA-VI-LHO-SAS!!!!!!
Vamo demais, Guiga! Tô chegando na metade do Caminho. Já se foram mais de 400 km! Vamo que vamo!
Abração!
May, pode esperar que daqui uns dias tô aí! Vou querer só mordomia, hein! Bj!
Lê, viu a Santinha? Bj!
Rê, aqui não jogou bem não! Rs... Pelo menos pro meu gosto. Bj!
Liba, tá osso. Vou fazer o possível. Tá? Bj!
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