É isso mesmo! Já estou em Santiago! Um dia antes do previsto. Mas ainda não acabou. Essa aventura só termina em Finisterre, a, mais ou menos, 91 kms de Santiago. Mas vamos por partes...
Ontem vi o jogo da Argentina num bar perto do albergue e conheci 3 espanhóis. Ficamos batendo papo enquanto víamos a equipe do Maradona sapecar os mexicanos. Hoje consegui sair antes das 8 da manhã. A meta era modesta, chegar a Arzúa, a 54 kms de Portomarín, para no dia seguinte, sim, acabar de chegar a Santiago, mais uns 39 kms. Queria fazer um trecho curto, chegar cedo e ver o jogo da Holanda, às 16:00.
O dia amanheceu com céu limpo e a pedalada começou já com subida, subida leve. Mas a neblina, essa sim, estava pesada. Havia momentos em que se via até aquela fumacinha saindo da boca. Mas a subida esquenta! Tirei a blusa de frio e continuei. Aos poucos a neblina foi sumindo, o tempo esquentando e o céu azul reaparecendo.
Boa parte do início do percurso seguiu rente à carretera, parte sempre meio chata. Mas logo o caminho mudou de rumo e as trilhas surgiram. Trilhas e pequenas estradas que passavam por entre várias árvores e pequenos pueblos. Assim é que eu gosto! Às vezes apareciam umas descidas pelo asfalto deliciosas. Numa dessas abri os braços e começei a "bater asas". E quando passei por um grupo grande de peregrinos eles acharam a maior graça e alguns, reconhecendo a bandeira do Brasil, gritavam: "Brasil! Buen Camino!". Foi divertido.
Como eu disse, a meta era modesta. Mas como cheguei cedo em Arzúa, pensei: "Acho que dá pra ir mais um pouco. Assim deixo menos pra amanhã." E fui. Segui mais um pouco e um espanhol me disse que Santa Irene seria uma boa parada, uns 16 kms depois de Arzúa. Segui pra lá. Mas antes de chegar até lá encontrei uma brasileira. Ela estava sentada sozinha e quando já ia perguntar com meu portunhol: "Estás bien?", ela já veio dizendo: "Brasileiro?" Começamos a conversar. Ela contou os perrengues com as tendinites e disse que estava pensando em parar em Santa Irene também. O GPS dela disse que faltava pouco. Seguimos um pouco juntos. Ainda não tinha muita certeza se ia parar em Santa Irene ou em Arca do Pino, que parecia ser uma boa parada também, e estava só mais um pouco além de Santa Irene. Quando o GPS dela disse que Arca não estava muito longe eu decidi tentar chegar até lá antes das 16:00 pra ver o jogo da Holanda. Nos despedimos e segui. Passei por Santa Irene e não achei muita graça. "Vou até Arca pra ver". Acontece que não vi foi nada. Passei por Arca sem nem mesmo notar. E quando encontrei um outro grupo de espanhóis, também de bici, perguntei se faltava muito pra Arca. Me disseram: "Acho que já ficou pra trás." Pra trás? Não é possível! E pra Santiago, quanto falta? 13, disseram. Ah! Agora só paro lá! Vamo que vamo!
O sol já castigava, o jogo já não ia dar pra ver... Santiago na cabeça. O que era pra ser um percurso pequeno acabou se transformando no maior percurso de todo o Caminho. Quase 95 kms. 8 horas e 13 minutos pedalando! Fora as várias paradas. E foi assim, a base de muita água e picolé, que acabei chegando a Santiago. Quando me dei conta, lá estava eu frente a frente com a Catedral. Não teve jeito. Umas 3 lágrimas escaparam e rolaram rosto abaixo. Ficava olhando para a Catedral e lembrando dos momentos difíceis pelos quais tinha passado. A sensação era muito boa. Uma sensação de dever cumprido, de... de... não sei nem explicar direito.
Tirei algumas fotos da Catedral, sentei, fiquei olhando, parado. E de repente... Juliana e Tommy apareceram no meio da praça me gritando: "Fernando, Fernando!" Olhei e custei a reconhecê-los, sem os capacetes, as roupas de bike e todo aquele barro. Mas quando vi que eram eles mal acreditei. Demos um abraço apertado e rimos muito. Pensei que nunca mais iria vê-los depois daquele perrengue no Alto do Perdão. Que prêmio encontrá-los ali!
Mas eles já estavam indo embora. Tinham vôo marcado pra algumas horas mais tarde. Trocamos e-mails e Juliana me deu o telefone da Pamela, que vai chegar amanhã. Juliana e Tommy acabaram chegando antes dos outros. Eles se separaram e cada um seguiu num ritmo. Vou tentar falar com a Pamela amanhã.
Cheguei tarde em Santiago e nem deu tempo de pegar minha Compostela. Foi a conta de arrumar um lugar pra ficar, tomar banho e ver o Brasil detonar o Chile. Rumo ao Hexa!
Os planos agora são de ficar em Santiago amanhã e partir pra Finisterre só dia 30. Não acabou! Ainda tem mais uns 90 e poucos kms pela frente!
Ontem vi o jogo da Argentina num bar perto do albergue e conheci 3 espanhóis. Ficamos batendo papo enquanto víamos a equipe do Maradona sapecar os mexicanos. Hoje consegui sair antes das 8 da manhã. A meta era modesta, chegar a Arzúa, a 54 kms de Portomarín, para no dia seguinte, sim, acabar de chegar a Santiago, mais uns 39 kms. Queria fazer um trecho curto, chegar cedo e ver o jogo da Holanda, às 16:00.
O dia amanheceu com céu limpo e a pedalada começou já com subida, subida leve. Mas a neblina, essa sim, estava pesada. Havia momentos em que se via até aquela fumacinha saindo da boca. Mas a subida esquenta! Tirei a blusa de frio e continuei. Aos poucos a neblina foi sumindo, o tempo esquentando e o céu azul reaparecendo.
Boa parte do início do percurso seguiu rente à carretera, parte sempre meio chata. Mas logo o caminho mudou de rumo e as trilhas surgiram. Trilhas e pequenas estradas que passavam por entre várias árvores e pequenos pueblos. Assim é que eu gosto! Às vezes apareciam umas descidas pelo asfalto deliciosas. Numa dessas abri os braços e começei a "bater asas". E quando passei por um grupo grande de peregrinos eles acharam a maior graça e alguns, reconhecendo a bandeira do Brasil, gritavam: "Brasil! Buen Camino!". Foi divertido.
Como eu disse, a meta era modesta. Mas como cheguei cedo em Arzúa, pensei: "Acho que dá pra ir mais um pouco. Assim deixo menos pra amanhã." E fui. Segui mais um pouco e um espanhol me disse que Santa Irene seria uma boa parada, uns 16 kms depois de Arzúa. Segui pra lá. Mas antes de chegar até lá encontrei uma brasileira. Ela estava sentada sozinha e quando já ia perguntar com meu portunhol: "Estás bien?", ela já veio dizendo: "Brasileiro?" Começamos a conversar. Ela contou os perrengues com as tendinites e disse que estava pensando em parar em Santa Irene também. O GPS dela disse que faltava pouco. Seguimos um pouco juntos. Ainda não tinha muita certeza se ia parar em Santa Irene ou em Arca do Pino, que parecia ser uma boa parada também, e estava só mais um pouco além de Santa Irene. Quando o GPS dela disse que Arca não estava muito longe eu decidi tentar chegar até lá antes das 16:00 pra ver o jogo da Holanda. Nos despedimos e segui. Passei por Santa Irene e não achei muita graça. "Vou até Arca pra ver". Acontece que não vi foi nada. Passei por Arca sem nem mesmo notar. E quando encontrei um outro grupo de espanhóis, também de bici, perguntei se faltava muito pra Arca. Me disseram: "Acho que já ficou pra trás." Pra trás? Não é possível! E pra Santiago, quanto falta? 13, disseram. Ah! Agora só paro lá! Vamo que vamo!
O sol já castigava, o jogo já não ia dar pra ver... Santiago na cabeça. O que era pra ser um percurso pequeno acabou se transformando no maior percurso de todo o Caminho. Quase 95 kms. 8 horas e 13 minutos pedalando! Fora as várias paradas. E foi assim, a base de muita água e picolé, que acabei chegando a Santiago. Quando me dei conta, lá estava eu frente a frente com a Catedral. Não teve jeito. Umas 3 lágrimas escaparam e rolaram rosto abaixo. Ficava olhando para a Catedral e lembrando dos momentos difíceis pelos quais tinha passado. A sensação era muito boa. Uma sensação de dever cumprido, de... de... não sei nem explicar direito.
Tirei algumas fotos da Catedral, sentei, fiquei olhando, parado. E de repente... Juliana e Tommy apareceram no meio da praça me gritando: "Fernando, Fernando!" Olhei e custei a reconhecê-los, sem os capacetes, as roupas de bike e todo aquele barro. Mas quando vi que eram eles mal acreditei. Demos um abraço apertado e rimos muito. Pensei que nunca mais iria vê-los depois daquele perrengue no Alto do Perdão. Que prêmio encontrá-los ali!
Mas eles já estavam indo embora. Tinham vôo marcado pra algumas horas mais tarde. Trocamos e-mails e Juliana me deu o telefone da Pamela, que vai chegar amanhã. Juliana e Tommy acabaram chegando antes dos outros. Eles se separaram e cada um seguiu num ritmo. Vou tentar falar com a Pamela amanhã.
Cheguei tarde em Santiago e nem deu tempo de pegar minha Compostela. Foi a conta de arrumar um lugar pra ficar, tomar banho e ver o Brasil detonar o Chile. Rumo ao Hexa!
Os planos agora são de ficar em Santiago amanhã e partir pra Finisterre só dia 30. Não acabou! Ainda tem mais uns 90 e poucos kms pela frente!
3 comentários:
Lequitoooo!!!!
Quanta garra!!! Quanto orgulho de você!!!
Curta bastante Santiago e venha contar tudo aqui pra gente!
beijos, beijos, beijos!!!
Chorei.
Valeu, Rê! Mais ainda nao acabou! Amanha começo a ida a Finisterre, o fim da terra! Bj!
Chora nao, May! Deixa pra mim que eu tô ficando bom nisso! Hahahaha. Bj!
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