Bom... Hoje o roteiro era Puente La Reina - Torres del Rio. Mas como vocês já sabem, com a Poderosa fora de combate tive que mudar os planos.
Outra lição do Caminho: "una cosa por vez!" E foi com esse pensamento que fui dormir ontem, depois de ter sido confortado por outros peregrinos que sempre me diziam que ia dar tudo certo. Fui dormir já era tarde, e quando acordei já tinha uma idéia do que ia fazer. Primeiro passo: tentar ligar para um táxi para levar a Poderosa até Estella (só lá ia conseguir uma oficina para consertá-la). Plano B: se não conseguisse transporte até lá, ia empurrando a Poderosa. Ela jé me carregou tanto, não ia fazer mais que a minha obrigação.
Seis e pouquinho da manhã e todo mundo começou a acordar, se preparar... E aí não tem muita escapatória. Ou acorda ou acorda! Mesmo porque os hospitaleiros pedem que todos deixem o albergue até as 08:30, se não me engano. Levantei, parei, pensei... Uma coisa de cada vez! Fui recolher minhas roupas no varal. Não estavam lá tão secas, mas tudo bem. Peguei tudo, fui pro quarto, troquei a roupa, arrumei a bagagem e fui tomar um café (Tortilla de ontem com chocolate quente da máquina do albergue. Ótimo! Rs...). Quando voltei ao quarto para pegar as coisas topei com um espanhol que comentou sobre o tempo. Foi aí que percebi que ele era espanhol, e que poderia me ajudar. Perguntei se era espanhol, ele disse que sim. Cesar! Perguntei se ele poderia me ajudar e expliquei a situação. O problema é que com o meu portunhol eu tinha medo de não conseguir me comunicar direito com o táxi pelo telefone. Então perguntei ao Cesar se ele poderia me ajudar ligando para o táxi e perguntando se era possível me levar a Estella junto com a Poderosa (a uns 21 km, mais ou menos). Ele foi muto solícito e sem pensar 2 vezes disse que sim, claro, ia me ajudar. Descemos para procurar o telefone de um táxi. Na noite anterior eu tinha visto um cartaz com o telefone de um no refeitório. Fomos até lá e o Cesar ligou do prórpio celular e conseguiu arranjar uma corrida pra mim até Estella. Gracias, Cesar! Agradeci muito e sem pensar dei um abração no Cesar!
25 euros a corrida. Mas a essa altura do campeonato isso era o que menos importava, só pensava na Poderosa, em vê-la bem de novo. Cesar partiu e combinamos de tentar nos encontrar em um albergue em Estella.
Fui acabar de organizar a bagagem. Era barro pra tudo quanto é lado! Deus me livre. Peguei a Poderosa, a coloquei na porta do albergue para que o taxista pudesse ver e fiquei mexendo na bagagem. Meia hora depois o táxi chegou. Ivan, gente boa. Não se importou com todo o barro e disse para eu não me preocupar se iria sujar o carro. "Vale!" Colocamos tudo no carro, uma vanzinha, e tomamos o rumo de Estella. Falamos muito sobre futebol. Ivan é de Pamplona, torcedor do Osasuna, e descrente na seleção espanhola.
Mais uns 25 minutos, no máximo, e já estávamos em Estella. Perguntei ao Ivan a que horas os albergues abriam. Ele me disse que lá pelas 2 da tarde, algo assim. E como ainda nem eram 9, resolvi ir para um hotel barato para deixar as coisas e procurar a loja de "bici" que o Ivan disse que só abria às 09:30. Ivan me levou ao hotel, mas não sem antes passar na porta da loja de bici para me mostrar onde era. Cheguei ao hotel e uma simpática equatoriana que trabalhava lá me recebeu, carimbou minha credencial e me deu um quarto. Pus tudo no quarto, de qualquer maneira, e logo fui à tal loja de bici. Me doía ver a Poderosa daquele jeito. Cheguei à loja de bici às 9, mais ou menos, e fiquei esperando abrir. Lá pelas 09:30 apareceu o Miguel, Santo Miguel! Mostrei pra ele a Poderosa, ainda com muito barro (que não consegui tirar), e ele me pediu que fosse até o posto para dar uma lavada nela, porque do jeito que estava não dava para ele trabalhar direito. E lá vou eu pro raio do posto. O frentista me mostrou onde era o lava-jato e fui pra lá dar aquele banho na Poderosa. Mas a desgraça do lava-jato funcionava com moeda. Troquei 5 euros e mandei bala! Jato quente com espuma! La Poderosa merece. Gastei uns 4 euros pra deixá-la limpinha! Deu gosto ver ela sair de lá! Parecia até sorrir, e foi esse "sorriso" que me deu uma esperança de que tudo ia dar certo mesmo.
Voltei para a loja de bici (Bicihobby!) e mostrei ao Miguel o que tinha acontecido. Minha grande preocupação era o suporte de fixação do câmbio que tinha empenado e não sabia se teria como consertar. Miguel disse que ia dar um jeito. Dedos cruzados. Deixei a Poderosa com ele e também o telefone do meu hotel para que assim que ele tivesse um parecer me ligasse. Voltei ao hotel e fui limpar a bagagem que ainda tinha barro pra tudo quanto é lado. Como o tempo ainda estava ruim, não arrisquei limpar com água, podia não secar. Pedi a Izabel, a equatoriana que me recebeu, uma escova pra tirar o excesso de barro. Foi o que fiz.
Agora é minha vez! Tomei um banho quentaço! De tirar o couro! Pouco depois de sair do banho, Izabel bateu no meu quarto. Miguel tinha ligado. La Poderosa estava pronta! Não acreditei! Corri pra lá pra ver se era verdade. E lá estava ela, firme e forte! Que alívio! Me perdoa, Poderosa! Agradeci muito o Miguel e aproveitei pra comprar uma blusa de frio pra pedalar, porque pelo visto o tempo não ia melhorar tão cedo.
Voltei ao hotel com a Poderosa e a certeza de que meu Caminho ainda estava longe de terminar. Almoço, comprar umas meias (as minhas estavam todas secando no banheiro) e dar uma volta por Estella. Já que tinha morrido em 35 euros pela diária do hotel mesmo, resolvi passar o dia em Estella e tentar tirar o atraso no dia seguinte. Bom também para por as roupas para secar e me reorganizar. A cidade é muito interessante, com construções muito antigas, de 1900 e bolinha! Muito legal. Aproveitei o passeio pra fazer um teste com a Poderosa. Ela se portou bem mas ainda faltava um ajuste fino no câmbio. Voltei na loja do Miguel e pedi que ele desse mais uma olhada. Ela pedalou com ela, mexeu na regulagem, mas ainda não tinha ficado do jeito que eu queria. Mesmo assim agradeci de novo e fui caçar meu rumo. No hotel dei um ajuste fino no câmbio novo e... La Poderosa estava de volta! Uhul! Mais valente que nunca!
Amanhã retomamos o Caminho e, a cada dia que passa, percebo que o Caminho é como rapadura: é doce mas não é mole!
Outra lição do Caminho: "una cosa por vez!" E foi com esse pensamento que fui dormir ontem, depois de ter sido confortado por outros peregrinos que sempre me diziam que ia dar tudo certo. Fui dormir já era tarde, e quando acordei já tinha uma idéia do que ia fazer. Primeiro passo: tentar ligar para um táxi para levar a Poderosa até Estella (só lá ia conseguir uma oficina para consertá-la). Plano B: se não conseguisse transporte até lá, ia empurrando a Poderosa. Ela jé me carregou tanto, não ia fazer mais que a minha obrigação.
Seis e pouquinho da manhã e todo mundo começou a acordar, se preparar... E aí não tem muita escapatória. Ou acorda ou acorda! Mesmo porque os hospitaleiros pedem que todos deixem o albergue até as 08:30, se não me engano. Levantei, parei, pensei... Uma coisa de cada vez! Fui recolher minhas roupas no varal. Não estavam lá tão secas, mas tudo bem. Peguei tudo, fui pro quarto, troquei a roupa, arrumei a bagagem e fui tomar um café (Tortilla de ontem com chocolate quente da máquina do albergue. Ótimo! Rs...). Quando voltei ao quarto para pegar as coisas topei com um espanhol que comentou sobre o tempo. Foi aí que percebi que ele era espanhol, e que poderia me ajudar. Perguntei se era espanhol, ele disse que sim. Cesar! Perguntei se ele poderia me ajudar e expliquei a situação. O problema é que com o meu portunhol eu tinha medo de não conseguir me comunicar direito com o táxi pelo telefone. Então perguntei ao Cesar se ele poderia me ajudar ligando para o táxi e perguntando se era possível me levar a Estella junto com a Poderosa (a uns 21 km, mais ou menos). Ele foi muto solícito e sem pensar 2 vezes disse que sim, claro, ia me ajudar. Descemos para procurar o telefone de um táxi. Na noite anterior eu tinha visto um cartaz com o telefone de um no refeitório. Fomos até lá e o Cesar ligou do prórpio celular e conseguiu arranjar uma corrida pra mim até Estella. Gracias, Cesar! Agradeci muito e sem pensar dei um abração no Cesar!
25 euros a corrida. Mas a essa altura do campeonato isso era o que menos importava, só pensava na Poderosa, em vê-la bem de novo. Cesar partiu e combinamos de tentar nos encontrar em um albergue em Estella.
Fui acabar de organizar a bagagem. Era barro pra tudo quanto é lado! Deus me livre. Peguei a Poderosa, a coloquei na porta do albergue para que o taxista pudesse ver e fiquei mexendo na bagagem. Meia hora depois o táxi chegou. Ivan, gente boa. Não se importou com todo o barro e disse para eu não me preocupar se iria sujar o carro. "Vale!" Colocamos tudo no carro, uma vanzinha, e tomamos o rumo de Estella. Falamos muito sobre futebol. Ivan é de Pamplona, torcedor do Osasuna, e descrente na seleção espanhola.
Mais uns 25 minutos, no máximo, e já estávamos em Estella. Perguntei ao Ivan a que horas os albergues abriam. Ele me disse que lá pelas 2 da tarde, algo assim. E como ainda nem eram 9, resolvi ir para um hotel barato para deixar as coisas e procurar a loja de "bici" que o Ivan disse que só abria às 09:30. Ivan me levou ao hotel, mas não sem antes passar na porta da loja de bici para me mostrar onde era. Cheguei ao hotel e uma simpática equatoriana que trabalhava lá me recebeu, carimbou minha credencial e me deu um quarto. Pus tudo no quarto, de qualquer maneira, e logo fui à tal loja de bici. Me doía ver a Poderosa daquele jeito. Cheguei à loja de bici às 9, mais ou menos, e fiquei esperando abrir. Lá pelas 09:30 apareceu o Miguel, Santo Miguel! Mostrei pra ele a Poderosa, ainda com muito barro (que não consegui tirar), e ele me pediu que fosse até o posto para dar uma lavada nela, porque do jeito que estava não dava para ele trabalhar direito. E lá vou eu pro raio do posto. O frentista me mostrou onde era o lava-jato e fui pra lá dar aquele banho na Poderosa. Mas a desgraça do lava-jato funcionava com moeda. Troquei 5 euros e mandei bala! Jato quente com espuma! La Poderosa merece. Gastei uns 4 euros pra deixá-la limpinha! Deu gosto ver ela sair de lá! Parecia até sorrir, e foi esse "sorriso" que me deu uma esperança de que tudo ia dar certo mesmo.
Voltei para a loja de bici (Bicihobby!) e mostrei ao Miguel o que tinha acontecido. Minha grande preocupação era o suporte de fixação do câmbio que tinha empenado e não sabia se teria como consertar. Miguel disse que ia dar um jeito. Dedos cruzados. Deixei a Poderosa com ele e também o telefone do meu hotel para que assim que ele tivesse um parecer me ligasse. Voltei ao hotel e fui limpar a bagagem que ainda tinha barro pra tudo quanto é lado. Como o tempo ainda estava ruim, não arrisquei limpar com água, podia não secar. Pedi a Izabel, a equatoriana que me recebeu, uma escova pra tirar o excesso de barro. Foi o que fiz.
Agora é minha vez! Tomei um banho quentaço! De tirar o couro! Pouco depois de sair do banho, Izabel bateu no meu quarto. Miguel tinha ligado. La Poderosa estava pronta! Não acreditei! Corri pra lá pra ver se era verdade. E lá estava ela, firme e forte! Que alívio! Me perdoa, Poderosa! Agradeci muito o Miguel e aproveitei pra comprar uma blusa de frio pra pedalar, porque pelo visto o tempo não ia melhorar tão cedo.
Voltei ao hotel com a Poderosa e a certeza de que meu Caminho ainda estava longe de terminar. Almoço, comprar umas meias (as minhas estavam todas secando no banheiro) e dar uma volta por Estella. Já que tinha morrido em 35 euros pela diária do hotel mesmo, resolvi passar o dia em Estella e tentar tirar o atraso no dia seguinte. Bom também para por as roupas para secar e me reorganizar. A cidade é muito interessante, com construções muito antigas, de 1900 e bolinha! Muito legal. Aproveitei o passeio pra fazer um teste com a Poderosa. Ela se portou bem mas ainda faltava um ajuste fino no câmbio. Voltei na loja do Miguel e pedi que ele desse mais uma olhada. Ela pedalou com ela, mexeu na regulagem, mas ainda não tinha ficado do jeito que eu queria. Mesmo assim agradeci de novo e fui caçar meu rumo. No hotel dei um ajuste fino no câmbio novo e... La Poderosa estava de volta! Uhul! Mais valente que nunca!
Amanhã retomamos o Caminho e, a cada dia que passa, percebo que o Caminho é como rapadura: é doce mas não é mole!
9 comentários:
Fala Hernando Guevara!
Ta curtindo muito ?
cada momento é unico, aproveita tudu ao maximo, principalmente os momentos mais dificeis que sao os que mais nos tem ensinar !
Grande Abraço, força !
se precisar e so ligar 193 ! hehehe
Eeeeeh La Poderosa tá de volta!! rs :)
quanta garra, fê!!! que orgulho de você!!! =)
vá em frente e continue dando notícias!!
bjs
Nada melhor do que uma dia após o outro! Estamos curtindo a viagem aqui pelo Planeta!
Aheeeee!!! Sabia q ia dar certo! Vamo que vamo!!
O chorão o diabo de daydreaming é a Liba!!! Hahahaha
Coloquei esse nome a agora to presa nele!
Suas fotos tao lindas, o perrengue ta valendo a pena!!!
Bjos e saudades!!
Acho que assumi minha identidade agora..
Suas fotos tão lindas, esse lugar é lindo!!!
E viva a poderosa e o poderoso!!
Bjao
Obaaaa!!!!
Que booom que deu tudo certo!!!!!!
Sabia que lembraria do meu niver! ADOREI qdo vi a msg!!!
Estou amando o blog!!!
Beijo, beijo, beijo!!
Fala, Liba!
Valeu pela força, gente.
Lê, sua Santinha tá me protegendo!
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