O dia prometia ser tranquilo. Baixa altimetria, baixa quilometragem... Então resolvemos acordar um pouco mais tarde pra pegar o café da manhã, já que o tio da pousada disse que não teria como conseguir antecipar nada pra gente comer antes das 7:00. Foi o que fizemos. Acordamos uma hora mais tarde, tomamos nosso café e saímos.
Percurso fácil e logo chegamos a Itanhandu. Paradinha pra um lanche rápido e pra estudar a possibilidade de esticarmos direto pra Cachoeira Paulista e suprimir um dia de viagem. Dei uma olhada na altimetria e via que seria fácil. A quilometragem também não era alta. Decidimos então não dormir em Passa Quatro e ir direto pra Cachoeira Paulista.
Em Passa Quatro, mais uma paradinha rápida pra comprar água e uns biscoitos pro resto do caminho. Quando a Chuchu estava arrumando a bagagem a bike caiu. Até aí nada de anormal, coisa corriqueira. Mas o melhor estava por vir. Quando ela estava tentando levantar a bike, veio um bebum na direção dela. Eu achei que ele ia ajudar a levantar. Ledo engano. O cara não estava se aguentando em pé, catando cavaco pra tudo quanto era lado. E foi tentar se equilibrar logo na bike da Chuchu. Foi uma cena cômica! A Chuchu de um lado tentando levantar a bike com bebum e tudo e do outro o desgraçado tentando ficar em pé. Nisso, eu que já tava fulo da vida sai xingando o cara (que não aguentava nem falar nada) e empurrando ele pra largar a bike. Quando consegui tirar ele da bike e ajudar a Chuchu a levantar... Olho pra trás e tá o cara agarrado na Poderosa! Vai se f*¨%$, bebum dos infernos! Dei uns sopapos nele e ele saiu catando os cavacos dele rua afora. Tem coisas que só acontecem com a gente mesmo!
Haveria um trecho longo de descida, perto da Serra da Mantiqueira. Seriam uns quase 20 kms só descendo. E eu estava ansioso pra começar a descer. Mas quando a tão sonhada descida apareceu... Tinha uma cara de roubada! E roubada daquelas. A estrada já começou meio ruim. Mas o pior estava por vir. Virou uma trilha beirando uma linha de trem abandonada e com uma ribanceira do outro lado. E à medida em que íamos entrando nessa tal trilha o mato ia ficando cada vez mais denso e o terreno ainda pior. Comecei a ficar preocupado. Será que seriam 20 kms daquilo? Mas algum tempo depois encontramos com 2 motoqueiros que vinham no sentido contrário. Nos disseram que a trilha acabava depois de mais uns 2 kms e que iríamos cair numa estrada de terra. Ficamos mais aliviados e a trilha foi melhorando aos poucos até cair na tal estrada. Que alívio quando chegamos nessa estrada! Daí pra frente foi praticamente só descer. Pegamos um trecho curto de rodovia e depois caímos numa estradinha de asfalto quase sem movimento.
Mas quando achamos que a cota de roubadas do dia já tinha acabado... Saindo dessa estradinha de asfalto pegamos uma estrada de terra que dava... Num buraco! Chegamos num rio que não tinha como passar. Parece que tinha caído uma ponte e o jeito era passar pelo rio. Tiramos o tênis e a sapatilha e nos preparamos pra passar. O mesmo esquema, uma bike por vez. O rio parecia até tranquilo, mas quando fomos passar... A água mal chegava aos joelhos, mas a correnteza estava forte e as bikes pesadas. Quase fomos rio abaixo! Mas uns moradores que estavam por lá nos ajudaram a atravessar. Até porque eles também queriam passar. E o jeito era desobstruir o caminho. Rs...
Cortei meu pé todo na porcaria do rio que era cheio de pedras soltas. E pra completar, saindo de Vila do Embaú ainda me enrosquei numa rabiola de papagaio! Ôh Meu Deus! Que que eu fiz pra merecer isso?
Roubadas à parte chegamos até cedo em Cachoeira Paulista, por volta das 17:00. A pousada foi uma surpresa mais que agradável. Tão agradável que decidimos ficar mais um dia pra repor as forças para os 2 últimos dias.
Estamos mortos de cansaço. Acabamos de refazer quase uma semana de viagem pra por o blog em dia. Por hoje é só. Ainda fico devendo algumas fotos. Mas conseguimos postar umas dos dias anteriores.
Dados do GPS (mas ele desligou e perdeu um pedaço):